terça-feira, 31 de agosto de 2010

Se não durar para sempre

Uma jovem amiga vai se casar em breve. Numa conversa essa semana, ela me pergunta: "E se não durar para sempre?"

É uma preocupação real. Em 2007, para cada quatro casamentos, foi registrada uma separação, segundo o IBGE. Por outro lado, 2009 foi o ano em que a taxa de casamentos teve o seu maior nível desde 1995. Ou seja, cada vez mais os brasileiros se casam, mas 1/4 dos casamentos pode terminar em divórcio.

Respondi a minha jovem amiga que o casamento era uma conquista diária, cada dia formando esse caminho duradouro que ela almeja. Que nós mudamos ao longo da relação e é preciso ir se redescobrindo, se reapaixonando. Que era preciso amor e respeito. Que afinidades, valores e projetos de vida semelhantes podiam ajudar, mas que eu já havia visto casais felizes com estilos, origens, religiões, culturas diferentes. Que em algum momento pode haver uma ruptura momentânea, "morrer pra germinar". Mas, se não durar para sempre, que tenha um fim digno, que sirva de aprendizado, que deixe algo de valor. E então, é hora de seguir caminho, sozinha, mas de coração aberto.
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quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Ação e contemplação

Outro dia eu estava com o coração apertado com um problema e precisava de um momento de paz e reflexão. Fui à igreja do meu bairro e logo uma moça desconhecida me entregou um santinho de Santa Marta.

Santa Marta aparece no Evangelho de São Lucas. Irmã de Maria e de Lázaro, ela recebeu Jesus, que era amigo de toda a família, em sua casa e se esmerou para acolher o Mestre da melhor forma. Enquanto sua irmã Maria ficava aos pés de Jesus ouvindo-o falar, Marta trabalhava para recebê-lo como boa anfitriã. Essa diferença na atitude das duas irmãs levou estudiosos a identificarem Marta como um símbolo de fé ativa e Maria, contemplativa.

Às vezes pedimos respostas e o que recebemos são perguntas. E naquele dia foi isso que eu senti. Como se me perguntassem: "o que você está fazendo para alcançar o que precisa, para resolver o seu problema?" Segui a inspiração de Santa Marta e, após meus preciosos minutos de contemplação, arregacei as mangas e fui à ação, para fazer acontecer.

Para fechar este post, escolhi o quadro do pintor holandês Johannes Vermeer (1632-1675) "Jesus em casa de Marta e Maria", parte do acervo da National Gallery of Scotland, em Edimburgo. Inspirador por si só.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Empreendedora ou assalariada?

Trabalhar fora de casa é a realidade de grande parte das mulheres urbanas. As mulheres representam 41% da força de trabalho, mas ocupam apenas 24% dos cargos de gerência, segundo Elisiana Probst, na tese "A Evolução da mulher no mercado de trabalho". Muitas de nós já vivemos isso. Após faculdade, curso de pós, MBA, idiomas, empacamos na gerência média, sem ver nossa carreira deslanchar para níveis mais altos de chefia. Geralmente isso acontece na faixa dos 30/40 anos, quando muitas estamos formando uma família, criando filhos. E o desafio de equilibrar casa e trabalho pesa mais do que nunca.

Comecei a trabalhar aos 18 anos. A carreira e todos os benefícios que ela trouxe - realização profissional, poder de consumo, independência financeira - foram por muitos anos uma fonte de satisfação para mim. Mas, especialmente após o nascimento de minha filha, pesaram cada vez mais as longas horas extras no escritório, a disputa por poder, o stress e a pressão por resultados. Eu sentia que cada hora extra doada para a empresa era mais um tempo perdido com quem eu mais amava. E assim, em uma decisão difícil ainda que ponderada, pedi demissão do último emprego e abri uma pequena empresa com meu marido.

Segundo o Portal Exame, 20% das empresas fecham a cada ano. Portanto, é preciso ter muita convicção do que se está fazendo ao optar por abrir uma empresa, além de ter uma boa reserva financeira, pois os resultados podem demorar a aparecer.

No meu caso, empreender nos deu liberdade de definir o rumo de nossa vida, de investir recursos naquilo que acreditamos, de administrar nosso próprio tempo. As horas trabalhadas no final de semana são em prol de uma coisa nossa, de um futuro que estamos construindo. Por outro lado, é preciso matar um leão por dia, seja comercialmente, obtendo sempre novos clientes, como administrativamente, mantendo nosso padrão de qualidade lá no alto e ainda gerar lucro. Ufa.

Mas vale a pena. Faz menos de um ano que deixei de ser assalariada para ser empreendedora e estou muito satisfeita com a decisão. E você, é assalariada ou empreendedora? E seu sonho, é ser o quê?

Para saber mais:
Dicas para abrir uma pequena empresa: sebrae.com.br
Rede de mulheres empreendedoras: mulherempreendedora.com

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Dindim: Orçamento familiar

Há muitos anos eu utilizo uma planilha de orçamento familiar. Simples, simplérrima, um arquivo Excel. Mas é nela que lanço a receita que vai entrar em casa e a (longa) lista de pagamentos a serem feitos ao longo do mês. Essa planilha já virou quase uma amiga, de tão frequente que é o nosso contato. É quase uma confidente, ela sabe toda a minha vida. Nela lancei os gastos da minha filha - escola, cursos, babá - e senti todo o peso financeiro dessa responsabilidade. Ali estão os gastos com plano de saúde e remédios de meu pai, a prova concreta de meu amor filial. Se alguém acessar essa planilha, me desvenda!

Perguntei para a Bá, a nossa assistente aqui em casa, como ela controla as contas. Ela, empregada doméstica, casada com um mestre de obras e mãe de três filhos adultos, divide as contas entre as pessoas da casa. Com isso, têm um imóvel financiado, TV por assinatura, telefone fixo e celular para cada um, além de carnês na Casa Bahia, Ponto Frio e Leader. O netinho de dois anos - única criança da família - está em escola particular e todos eles entram no racha da mensalidade. Mas sem planilha Excel nem caderninho para controlar as despesas. "Eu coloco as contas numa pastinha, o dinheiro vai entrando e eu vou pagando", diz a Bá.

A coluna "Seu Bolso" da Chrystiane Silva, da revista Você S.A., dá a seguinte fórmula de orçamento, em percentuais, fornecida pelo consultor financeiro Augusto Sabóia:
- 20% para transporte, vestuário e alimentação;
- 20% para moradia;
- 20% para educação (no caso de um adulto, inovação em tecnologia e atualização profissional);
- 15% para lazer;
- 25% para poupança.

Para o mundo que eu quero descer! Não sigo nem de longe esses percentuais. Mas, cada família e cada pessoa têm suas regras e necessidades. E você, como organiza (ou desorganiza) o seu dinheiro?

Para quem quer uma planilha: Revista Claudia

Para ler a coluna Seu Bolso: http://vocesa.abril.com.br/blog/seu-bolso/

Para desestressar: "SPC", com Zeca Pagodinho

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Elizabeth Bennet

Sou apaixonada pelos romances da escritora britânica Jane Austen. Meu favorito é Orgulho e Preconceito, pela forma sarcástica em que ela apresenta os dilemas relacionados a dinheiro, casamento e sociedade na aristocracia inglesa do século XVIII. Mas também é uma história de amor, que começa com os personagens (Elizabeth Bennet e Mr. Darcy) antipatizando um pelo outro, para depois se apaixonarem, apesar de todos os empecilhos.

Gosto também de assistir as produções em vídeo e comparar com o que imaginei lendo (e relendo) o romance. Aqui no Brasil você pode alugar (ou comprar) o DVD do filme lançado em 2005, com a Keira Knightley. Mas meu favorito é uma minissérie da BBC, em inglês, com Colin Firth como Mr. Darcy. Não é coincidência que o personagem de Firth em "Diário de Bridget Jones" também se chame Darcy, outro herói romântico.

Para ler o livro impresso: http://www.livrariasaraiva.com.br/produto/produto.dll/detalhe?pro_id=199192&pac_id=18669&gclid=CJ2dtODbyKMCFZxo5Qod9QMmug

Para ler e-book: http://www.amazon.com/Pride-and-Prejudice-ebook/dp/B000JMLFLW

Para ver o trailer do filme com Keira Knightley: http://www.youtube.com/watch?v=ARWfCBr0ZDM

Para ver cenas da minissérie da BBC: http://www.youtube.com/watch?v=hasKmDr1yrA

Maria da Penha

A Lei Maria da Penha, que entrou em vigor em setembro de 2006, aumentou o rigor das punições das agressões contra a mulher em casa, na família e em relações afetivas. A recente condenação do ator Dado Dolabella e o caso do goleiro Bruno do Flamengo colocaram o assunto em pauta nas últimas semanas.

Escrevendo assim, parece uma realidade distante. Mas não é.

No programa Happy Hour de ontem, do GNT, a apresentadora Astrid Fontenelle teve coragem de relatar a experiência dela como filha, salvando a mãe de um companheiro agressivo.

Eu conheci mulheres que passaram por situação parecida. Uma delas era executiva de grande empresa, jovem e linda, envolvida com o chefe do setor e vítima de agressões verbais, psicológicas e físicas constantes. Com a ajuda de terapeuta, da família e de amigos, ela conseguiu se desvencilhar dessa tragédia e dar um rumo digno à própria vida. Mas nem todas conseguem.

Perto de você pode haver uma mulher que precisa da sua ajuda. Pense nisso.

Saiba mais:
Lei Maria da Penha: http://www.leimariadapenha.com/
Programa Happy Hour: http://gnt.globo.com/Happy-Hour/
Disque denúncia: http://www.disquedenuncia.org.br/

Mulher de fases

Do que é feita a vida de uma mulher urbana, na faixa dos 30/40 anos, hoje, no Brasil? De muitas faces: social, física, mental, financeira, profissional, religiosa, familar. Eu sou isso tudo: uma cidadã brasileira; vaidosa; leitora voraz e interessada em arte e cultura; classe média e administradora da casa; publicitária e microempresária; católica; mãe, esposa, filha, irmã, tia. Mas todos estes papéis somados não resultam na minha essência. Porque eu sou muito mais do que isso. Sou apenas uma mulher.