quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Felicity

Felicity é um seriado de TV americano, está em permanente reprise no canal Sony da TV paga. Conta a história de uma jovem na universidade e os conflitos que ela vive com a família, os amigos, a definição por uma carreira, a definição entre dois homens. Felicity às vezes sofre tanto que eu a chamo de Tristicity.

Em conversa com a terapeuta, Felicity diz que está difícil saber o que fazer, porque quer fazer a coisa certa. E a terapeuta, do alto da sua sabedoria, responde: "Forget about doing the right thing. Just do what you want. And what do you want?" (Esqueça sobre fazer a coisa certa. Apenas faça o que você quer. E o que você quer?) É engraçado como às vezes, no meio de uma sessão pipoca, surge um diálogo que captura o meu ouvido.

Somos educadas para fazer a coisa certa. Desde pequenas, pais, avós, professores nos indicam o caminho certo, em oposição ao caminho errado. O caminho certo pode ser mais longo, pode ser mais árduo, mais íngreme, mais solitário, mais penoso. É raro alguém dizer que o caminho certo é fácil. O caminho certo é como o trilhado por um atleta em busca de uma medalha, um vestibulando em busca de uma vaga da faculdade, uma mulher em dieta: sacrifícios que levam à conquista do que mais se deseja.

E quem define o certo do errado e o caminho do descaminho? Não estou falando de ética e de valores morais que são universais. Estou falando de opções pessoais, as inúmeras decisões cotidianas e as poucas grandes definições que, juntas, formam a nossa vidas.

Como no drama de Felicity, já errei o caminho, mudei de rumo, atravessei pontes, cruzei fronteiras, vislumbrei precipícios, parei à beira da estrada, perdi a bússola, rasguei o mapa, me perdi e me reencontrei. E cada passo, certo ou errado, me trouxe até aqui.



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